Política de ITAD: 6 razões para priorizar em sua organização

Descarte

As políticas novas de descarte e disposição de ativos de TI (ITAD) vêm ganhando prioridade na maioria das grandes organizações mundiais. Mais do que simplesmente outra norma a seguir de maneira “pró-forma”, a política de ITAD oferece vantagens nítidas para a maioria das empresas.

Contudo, ainda há um certo ceticismo em relação à implantação dessas políticas. O pequeno investimento inicial afasta muitos das vantagens conseguidas a longo prazo. Para estabelecer prioridade nesse sentido, é bom saber que há excelentes razões para desenvolver um processo de ITAD o mais rápido possível.

Neste artigo, enumeramos seis excelentes razões para desenvolver uma política de ITAD eficiente e mínima.

1- Roubo e extravio de dados

A modernidade trouxe o Big Data e os sistemas inteligentes baseados em bancos de dados. Com isso, no entanto, alguns perigos que antes afligiam apenas grandes organizações passaram a ser parte do cotidiano de ameaças das pequenas e médias empresas.

O roubo e o extravio de dados e informações causam, anualmente, bilhões de dólares em prejuízos no mundo inteiro. Parte relevante desse problema advém do descarte e más práticas de renovação dos ativos de TI:

  • HDs que são desavisadamente descartados
  • Sistemas obsoletos que são reaproveitados sem cuidado
  • Servidores mal configurados após a vida útil
  • Dispositivos e mídias de armazenamento descartadas sem a inutilização dos dados

Esses são apenas alguns exemplos, mas péssimas condutas ainda são comuns, mesmo em grandes empresas e até órgãos públicos. Como resultado dessa falta de padronização nos processos de troca e substituição de equipamentos de TI, dados valiosos são expostos e, por vezes, utilizados por especialistas mal intecionados para perpetrar crimes virtuais.

Uma política de ITAD organizada, estabelece opções e padrões para destruição, inutilização e migração dos dados presentes nesses equipamentos descartados. As boas práticas garantem, além da segurança e do acesso aos dados, que pessoas mal-intencionadas não tenham acesso à informação, mesmo após o descarte dessas mídias e aparelhos.

Há, claro, alguns gastos associados à adoção dessas práticas, mas a verdade é que, se comparados aos possíveis prejuízos decorrentes dessas ações, são despesas mínimas e irrisórias.

2 – Revenda e retorno ao mercado

Outro lado positivo e uma boa razão para adotar políticas de ITAD é a possibilidade de retorno dos equipamentos e ativos ao mercado. Além do apelo da sustentabilidade e do reúso, isso permite às empresas gerar receitas a partir do que seria apenas uma despesa ou eliminação de um ativo.

Existe todo um mercado para componentes de TI usados. Sites e portais no mundo inteiro revendem aparelhos, peças, componentes e até mesmo suprimentos recondicionados, reformados, reconfigurados e reaproveitados.

Numa primeira instância, a própria organização pode reutilizar componentes e peças em outras máquinas. No entanto, ao retornar esses componentes ao mercado, pode-se gerar receita. Principalmente para empresas com uso intensivo de TI e tecnologia, peças e partes “obsoletas” na verdade ainda têm um bom valor no mercado de usados.

Gamers e pessoas físicas que entendem mais de TI buscam, geralmente, peças para aprimorar suas máquinas nesses mercados virtuais e costumam pagar bons preços por componentes recondicionados que possuam alguma garantia por conta dos processos ITAD aos quais foram submetidos. Como forma de averiguar o tamanho e potencial desse mercado, o melhor é verificar os componentes presentes nas máquinas no fim da vida útil e contabilizar os possíveis ganhos em sites de revenda de componentes usados, em especial:

  • Processadores
  • Chips de memória
  • Placas de vídeo
  • HDs e dispositivos de SSD
  • Gabinetes e peças de acondicionamento
  • Monitores, displays e telas

Empresas com uma política de ITAD mais desenvolvida possuem, inclusive, estimativas de geração de receita para máquinas na ativa. Projeções apontam o quanto essas máquinas, hoje em uso, serão capazes de gerar em retorno em um ou dois anos, quando forem postas de lado.

3 – Relatórios e projeções

Por falar em relatórios e projeções, o ITAD permite às empresas e gestores da área de TI terem uma ideia muito mais clara a respeito do real valor do parque que administram. Ao considerar não apenas as máquinas e ativos no sentido contábil, é possível ter uma ideia muito mais clara a respeito do quanto se tem em termos de investimentos e valor numa empresa.

A política de ITAD proporciona uma visão 360º dos ativos. No presente, podemos estimar o quanto cada equipamento e componente é capaz de gerar em termos de receita equivalente até a sua idade de obsolescência.

Gráficos e projeções de vida útil oferecem à empresa uma ideia clara a respeito dos gastos e investimentos necessários para manter o parque em pleno funcionamento num horizonte de anos. Além disso, pontos de sensibilidade dentro dos dispositivos instalados podem ser detectados.

Por exemplo, a escolha de uma marca pode ser alterada, por conta do valor de revenda e facilidade de recuperação dos ativos em desuso no futuro. Determinadas decisões tornam-se mais racionais e embasadas.

Mesmo para especialistas do ramo de TI, muitas vezes a marca e o renome têm um apelo grande. E, com projeções e relatórios mais apurados, é possível chegar a conclusões de que marcas não tão “famosas” proporcionam um melhor valor recuperado no mercado de segunda-mão.

4 – Não apenas hardware

As licenças dos softwares e chaves de instalação são um outro aspecto de grande importância para as empresas. Nos dias de hoje, não é raro que softwares específicos tenham um custo mais elevado do que os próprios equipamentos e hardware que os rodam.

Softwares também são ativos e, quando da substituição de uma plataforma, por exemplo, gerar valor de revenda com licenças antigas é o sonho dourado de qualquer departamento de TI.

Hoje em dia, existem mercados para licenças específicas, como aquelas que vêm embarcadas em computadores vendidos ao mercado. Licenças OEM podem ser revendidas em alguns casos, extraídas de computadores que tenham sido inutilizados e destruídos para instalação em novas máquinas.

Outros tipos de licenças e chaves podem gerar descontos junto às software houses ou facilitar a aquisição de versões mais novas de algumas plataformas. Assim sendo, a política de ITAD não apenas otimiza os ganhos possíveis a partir de ativos “velhos”, mas também dos softwares presentes nesses ativos.

5 – Compliance e governos

Como ocorreu com a maioria dos procedimentos empresariais e normas de boas práticas ao longo dos últimos 100 anos, governos deverão cobrar cada vez mais esses procedimentos sob a esfera legal. Dois aspectos de compliance atualmente cercam a política ITAD:

  1. A esfera governamental e jurídica, uma vez que leis e portarias específicas começam a cobrar posturas das empresas em relação à reciclagem, reutilização e segurança dos ativos de TI. O não alinhamento a essas normas, assim sendo, poderá levar a um custo imenso com multas e punições por desconformidade – especialmente para as empresas que estiverem atrás na implantação dessas normas.
  2. A esfera de certificação e padronização. Como já ocorre com a sustentabilidade de forma genérica, grupos empresariais e governos em todo o mundo priorizam a contratação de empresas e organizações que possuam certificados e comprovações das melhores práticas que possuem. O ITAD já possui, ao redor do mundo, auditorias e certificados que atestam melhores práticas na disposição e descarte de ativos de TI – esse caminho é uma estrada sem volta. Tais certificados serão cada vez mais valorizados e não apenas entre as empresas de alta tecnologia.

Encontramo-nos, em relação ao ITAD, num momento similar ao enfrentado pelas empresas em relação ao ISO 9000 na década de 1980. Começando pelas grandes indústrias, empresas que não possuíam ou conseguiam o certificado foram sendo deixadas de lado pelos grandes clientes corporativos.

Como resultado, algumas dessas empresas foram adquiridas por concorrentes mais preparados e com melhores procedimentos, ou mesmo saíram do mercado por incapacidade de concorrer.

6 – Sustentabilidade e reciclagem

E, claro, na tônica hoje priorizada por todos os mercados do mundo, a política de ITAD possui um evidente apelo em termos de sustentabilidade e reciclagem. Marcas e empresas com procedimentos de uma política de ITAD bem desenvolvida terão sempre um ponto a mais junto ao mercado.

As práticas sustentáveis, que envolviam pouco mais do que práticas simples de reciclagem de materiais na década de 1990, tornaram-se complexas e parte de qualquer negócio nos anos 2000.

Essas práticas se tornarão cada vez mais complexas e arraigadas no dia a dia das empresas, e o ITAD é apenas mais uma peça obrigatória que já faz parte desse “arsenal” sustentável. Junto a aspectos sociais, comunitários, trabalhistas e financeiros, o ITAD aparece como o viés de alta tecnologia da sustentabilidade – uma forma de operar de maneira responsável num mundo onde a tecnologia é porcentagem relevante de qualquer empresa ou atividade.

Em uma década, provavelmente empresas que não possuam política de ITAD, normas de saúde e bem-estar para seus quadros e projetos sociais e culturais relevantes dificilmente irão se manter na concorrência. Porém na hora de contratar um fornecedor de ITAD é preciso tomar alguns cuidados, por exemplo, os serviços e a logística são convenientes? Fizemos uma checklist de questões que precisam ser respondidas antes de selar o acordo. Veja todas as questões nesse artigo. Um mundo diferente exige soluções diferentes – e para o TI, o ITAD é uma das soluções que não mais surge como uma “opção”, e sim como uma condição para operar no mercado.

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