A sustentabilidade empresarial é um tópico constante dos conselhos de administração. As atividades econômicas causam um grande impacto no meio ambiente. Por isso, a sociedade, os governos e os mercados estão cada dia mais exigentes no que diz respeito ao comprometimento das empresas com o desenvolvimento sustentável. Como resultado, a responsabilidade social das organizações acabou se tornando uma grande vantagem competitiva.
E para entender um pouco mais sobre a importância da sustentabilidade empresarial e seus impactos nos negócios, vale a pena conferir este artigo.
Boa leitura!
A importância da sustentabilidade nos dias atuais
A adoção de práticas sustentáveis por uma empresa, além de trazer benefícios para o ecossistema, valoriza a sua própria imagem diante dos consumidores. Também interfere em um fator imprescindível para qualquer organização: o financiamento de recursos.
Nas últimas décadas, cresceu o número de investidores que buscam e priorizam empresas sustentáveis, socialmente responsáveis e rentáveis para ser alvo de aplicações financeiras. E a justificativa por esta preferência é bem fundamentada. Os “investimentos socialmente responsáveis” são um forte indicador que esses empreendimentos estão preparados para lidar com riscos econômicos, ambientais e sociais. Ou seja, geram mais valor para os acionistas a longo prazo.
Por consequência, para atender aos investidores preocupados com o desenvolvimento sustentável da economia, surgiram indicadores de mercado que ofereciam, além de dados financeiros, informações mais precisas sobre os modelos de gestão das empresas e suas ações relacionadas aos fatores éticos, ambientais e sociais. E um desses índices é o Índice de Sustentabilidade Ambiental (ISE) pela BM&F BOVESPA (B3).
O Índice de Sustentabilidade Ambiental (ISE)
Criado em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) foi uma iniciativa pioneira na América Latina. Sua missão é estimular as empresas a adotarem, cada vez mais, melhores práticas de sustentabilidade corporativa, bem como apoiar os investidores na sua escolha em priorizar os investimentos socialmente responsáveis.
As empresas interessadas em participar do processo se inscrevem por meio eletrônico e recebem um questionário que serve de base para o processo de avaliação. Nesse questionário, a empresa demonstra o comprometimento da organização com questões relativas à sustentabilidade e é possível mostrar suas atitudes em relação a aspectos ambientais.
Depois de enviado o questionário, as empresas devem enviar documentos que comprovem o que foi respondido. As respostas geram o desempenho quantitativo das empresas. Já documentação, resulta no seu desempenho qualitativo. Com fundamento nesses dois parâmetros é que o Conselho Deliberativo do ISE escolherá as empresas que participarão da carteira.
Fundamentos do ISE
- Transparência: todo o processo é feito de forma transparente.
- Diálogo com as partes interessadas e a sociedade: ele cria e mantém canais ativos de diálogo com as partes interessadas e com a sociedade em geral.
- Aperfeiçoamento contínuo do escopo e do processo: o processo de seleção é atualizado anualmente, de modo que esteja sempre em sintonia com os conhecimentos sobre sustentabilidade e com as expectativas da sociedade.
- Autonomia financeira, metodológica e decisória: mantém garantida as condições materiais, técnicas e de gestão.
Objetivos do ISE
- Evidenciar as relações entre sustentabilidade empresarial e desempenho econômico-financeiro;
- identificar e motivar o uso do ISE B3 por formadores de tendência do mercado financeiro;
- ampliar a utilidade para os agentes do mercado (investidores diretos, gestores de investimento, serviços de informação, agências de rating, analistas e operadores);
- ressaltar o ISE B3 como fonte de maior competitividade na atração de capitais;
- facilitar e incentivar o uso do ISE B3 como instrumento de diagnóstico e de transparência;
- dar visibilidade à contribuição do ISE B3 aos mais diversos públicos por meio de ações de comunicação e engajamento.
A carteira 2019 do ISE B3
A atual carteira do ISE B3 foi anunciada em 29 de novembro de 2018 e ficará em vigor até 03 de janeiro de 2020. Ela conta com 28 empresas, representantes de 12 setores.
E aqui, é importante destacar o fato de que, inicialmente, a Vale S.A. fazia parte desse seleto grupo. No entanto, em fevereiro deste ano, o conselho deliberativo do ISE, resolveu excluir a empresa, em decorrência do acidente ambiental ocorrido em Brumadinho (MG).
Porque investir em ações sustentáveis
Empresas sustentáveis, geralmente, possuem as seguintes características:
- Identificação de novas oportunidades de negócio;
- antecipação a pressões legais e da sociedade;
- redução dos custos de produção, decorrente da diminuição de desperdícios e economia de insumo;
- maior atração e retenção de talentos;
- facilidade no acesso ao capital;
- menor exposição a riscos;
- impacto positivo na reputação (ativos intangíveis);
- fidelização de consumidores;
- melhor alinhamento interno com relação a práticas e políticas adotadas.
Assim, investir em ações sustentáveis e participar do ISE é indicado para aqueles que se preocupam com a sustentabilidade, mas que também querem ter um retorno vantajoso e adquirir um grande valor agregado.
A importância e a preocupação com o descarte
E quando o assunto é sustentabilidade, um ponto que deve ser levado em consideração, é a questão do lixo eletrônico, ou o e-lixo.
O problema ambiental surge quando os equipamentos eletrônicos são descartados em locais inadequados e misturados ao lixo comum. Esse descarte de forma incorreta no meio ambiente, faz com que as substâncias que compõem os equipamentos se tornem agressivas para a natureza. Afinal, esses produtos contêm chumbo, cádmio, mercúrio, berílio, etc., substâncias químicas que podem prejudicar o solo e até mesmo a água.
Pois bem, se o lixo eletrônico doméstico já é um problema, imagina quando falamos de empresas com centenas de computadores, celulares e diversos outros equipamentos? Assim, não há que se falar em sustentabilidade de uma empresa se ela não promove o devido descarte de seus ativos eletrônicos.
O impacto do reuso de computadores para o meio ambiente
Entre as opções para resolver a questão do lixo eletrônico, o reuso de computadores ganha cada vez mais destaque por se apresentar como uma solução altamente viável.
O reuso de computadores como parte da gestão de ativos de TI é uma atividade que está de acordo com os princípios da economia circular e da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A economia circular propõe a reutilização dos produtos ao máximo de suas capacidades, para posterior reuso e então reciclagem.
Apesar de não contribuir diretamente para a questão dos resíduos, ele dispensa o reprocessamento, economizando energia e novas matérias primas. E, segundo estudos, é aproximadamente 25 vezes mais benéfico para o meio ambiente prolongar a vida útil dos computadores usados de três a cinco anos do que a reciclagem no final da vida útil nessa idade.
Com o reuso, os computadores ganham uma nova vida depois de descartados. Eles podem ser, revendidos, adquiridos pelos próprios colaboradores da empresa ou mesmo serem objetos de uma ação social, beneficiando a sociedade, incentivando a inclusão digital, obtendo retorno por meio da satisfação dos stakeholders e ganho para a imagem institucional.
Pensando nisso, existem empresas como a ITRV (Information Technology Recovery Value), especializada na gestão de descarte de equipamentos de TI, contando com técnicos capacitados para inventariar e determinar a destinação mais adequada (remanufatura, revenda, doação ou reciclagem) ao parque tecnológico obsoleto de outras empresas.